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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

“Nossa, estou me sentindo em uma coletiva de imprensa!”, brinca Sivaldo Pereira, 36 anos, ao se ver rodeado  por alunas com gravadores em punho.
Sivaldo Pereira

O jornalista apaixonado pela profissão, fala com bom humor de sua carreira e vida pessoal e revela outras aptidões: adorador da boa música, ele compõe e toca instrumentos como violão, violino, gaita e acordeão. 

O terceiro de seis filhos de retirantes nordestinos, nasceu no sertão de Alagoas, em Dois Riachos. “Terra da Marta, jogadora de futebol”, como faz questão de ressaltar.
Fugindo da seca, quando Sivaldo tinha apenas 6 meses de idade, a família mudou-se para Brasília e Minas Gerais, onde ele cresceu. Somente aos 13 conheceu o Nordeste, quando retornou a Alagoas, onde se formou, posteriormente, pela Universidade Federal de lá.

            Interessado em escrever e ter uma “ação sobre o mundo”, viu o Jornalismo como uma forma de ajudar a construir a realidade. Escolheu a FACOM pela oportunidade de trabalhar com teses políticas ao lado de nomes como André Lemos, Wilson Gomes e Marcos Palácios. “Gosto daqui. É um ambiente onde as pessoas são comprometidas com a ciência e com o ensino”.

            Sempre agitado (prova disso são as palavras que quase se atropelam ao sair de sua boca), já fez de quase tudo na profissão: trabalhou em redações de jornalismo impresso, assessoria de imprensa, jornalismo online e atua até hoje como freelancer para revistas. Seguindo a orientação dos pais, sempre muito preocupados com a educação, Sivaldo esforçou-se por ser “alguém na vida”. Fez doutorado na Universidade de Washington, em Seattle, nos Estados Unidos, e afirma ter gostado da experiência na cidade cinza, valorizando a oportunidade de sair de seu círculo cultural e acadêmico.

            Atualmente, dedica mais sua energia à Academia, tendo interesse nas áreas de convergências midiáticas e tecnologia, mas não consegue, nem quer dissociar-se do mercado. Acredita serem atividades integradas. No entanto, reconhece as dificuldades da profissão e não hesita em afirmar que a maior dificuldade do Jornalismo atual é a de reinventar-se. Ressalta ainda prejuízos pessoais, como na saúde e nos relacionamentos: “É muito difícil lidar com jornalista”.

            Quanto à questão financeira, defende a possibilidade de uma vida razoável, proporcionada pela carreira. Mais que isso, segundo ele, só vendendo a alma às grandes empresas de comunicação. “Se a ideia é acumular seu primeiro milhão, essa área não é a saída”, diz em meio a risos.

            Mas, apesar do pesares, Sivaldo se diz realizado no que define não como uma profissão, mas como um modo de vida, “uma forma de encarar o mundo”. E essa realização estende-se também ao lado pessoal. Não tem problemas, por exemplo, ao falar da idade. “Acho que temos que viver o tempo, cada idade é boa de viver. Eu não tenho nenhuma saudade dos 18 anos”, e rindo, exibe alguns fios brancos. Ainda em tom descontraído, fala de seu estado civil. Entre seus irmãos, ele é o único solteiro e sem filhos. “Sou mais esperto”, brinca.

            Multifuncional, o jornalista, professor, compositor e músico nas horas vagas, muda-se em breve para um apartamento à beira-mar (única exigência feita para consigo mesmo) em Maceió, onde desenvolverá novos projetos, como a fundação de um mestrado e doutorado na UFAL.

            No entanto, graças aos bons amigos e para não sofrer da abstinência de acarajé, que adora, promete manter o vínculo com a Bahia e com a FACOM, especialmente. “Sou um pouquinho baiano, de algum modo”.

Por Joana Oliveira

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